A Mulher no Rotary


No princípio Deus criou o céu e a terra. E a terra estava sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E Deus criou o homem à sua imagem; o criou a imagem de Deus; criou homem e mulher, pois o Senhor Deus, em sua infinita sabedoria disse “ Não é bom que o homem esteja só, eu lhe farei uma ajudadora, semelhante a ele”. E Deus viu tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom. (Gênesis). “E Deus criou a Mulher, e Ela foi feita da costela do homem, não dos pés para ser pisoteada, nem da cabeça para ser superior, se não do lado para ser igual, debaixo do braço para ser protegida e do lado do coração para ser amada."

Para a maioria dos 850 mil rotarianos que aderiram à organização a partir de janeiro de 1989, torna-se difícil imaginar Rotary Clubs sem mulheres. Naquele ano, o Conselho de Legislação promulgou a medida de admitir sócios de ambos os sexos. Dois anos antes, a Suprema Corte dos EUA havia pavimentado o caminho para a entrada de mulheres nos clubes norte-americanos. A exemplo do resto da sociedade, o Rotary estava em processo de mudança. Foi uma mudança tardia? Poucos hoje negariam esta evidência, mas sem esquecer que tardio foi também o movimento que proporcionou a igualdade dos sexos, que permitiu que mulheres seguissem profissões e conquistassem posições importantes, antes exclusivas do sexo masculino. Alcançadas essas vitórias, não havia mais razão para que mulheres não fossem admitidas em organizações como o Rotary, baseadas em atividades profissionais. Na mesma época, outras organizações semelhantes, como Kiwanis International e o Lions, passaram a contar com mulheres em suas fileiras.

“Acredito que a admissão de mulheres representa o maior impulso para o crescimento do Rotary, desde a fundação do primeiro clube internacional em Winnipeg, Canadá, em 1912,” afirma Samuel L. Greene, que presidiu a Comissão para o Desenvolvimento do Quadro Social e Retenção em 2004-05. “As mulheres não só contribuíram para o desenvolvimento do quadro social, como trouxeram uma nova injeção de ânimo para os Rotary Clubs, com suas idéias e entusiasmo.”

Alana Greene, vice-presidente da Comissão, EGD do distrito 5010 – Alasca, EUA; Território do Yukon, Canadá; e Rússia Oriental – diz que a admissão de mulheres no Rotary foi uma forma de “reconhecer que elas, atualmente, são parte integrante dos mais importantes círculos profissionais e de negócios da maioria das comunidades.” O Rotary conta, hoje, com mais de 140 mil mulheres, ou cerca de 12% do total do quadro social. “Não seria maravilhoso se cada uma dessas 140 mil mulheres pudesse trazer uma outra sócia? Teríamos, assim, 280 mil representantes do sexo feminino, e tudo o que elas têm a fazer é cumprir esta simples meta.”

Em 1995, oito mulheres representaram um marco para a entidade quando assumiram a governadoria de distritos. Uma cifra não-oficial dá conta de que 48 governadores desse período são mulheres, representando 16 países. Os mais expressivos líderes rotários estão plenamente engajados numa agressiva campanha pelo recrutamento de mulheres qualificadas, e dão o exemplo ao indicar mulheres para posições-chave na organização, em nível internacional. Elas merecem, acima de tudo, ter a oportunidade de progredir, por seus méritos próprios.

“Procuro sempre olhar para a pessoa mais qualificada para uma dada função, não importa o sexo,” diz o EPRI Glenn E. Estess Sr., que indicou Alana Bergh como vice-Presidente da Comissão de Desenvolvimento do Quadro Social, colocando-a para dirigir o painel em 2005-06. “Não acho que as mulheres devam ser escolhidas ou julgadas por critério de sexo, mas sim por suas qualificações.”

O EDRI e presidente da Fundação Rotária Brasileira José Alfredo Pretoni vem solicitando aos rotarianos brasileiros um esforço maior na arregimentação de novos sócios para a organização. “Precisamos crescer imediatamente 30% para continuarmos com uma cadeira no board do RI em caráter permanente. Isso não é impossível, pois enquanto perdemos 8.000 sócios em uma década, a Índia, em apenas um ano, conseguiu recrutar 45 mil”, declara essa autoridade rotária, acrescentando: “Pelo menos 30% das mulheres de rotarianos brasileiros – no nosso critério de classificação – poderiam fazer parte dos nossos RCs. Só aí teríamos mais de 15 mil novos companheiros”. O apelo de Pretoni ecoou primeiro e forte em sua família. Maria Magnólia Gomyde Pretoni, sua mulher, acaba de comandar a criação de uma nova unidade rotária, o RC de São Paulo-Nove de Julho, SP (D.4420) afilhado do RC de São Paulo-Novas Gerações, que recebeu a sua carta constitutiva no dia 02 de junho. Essa mulher decidida, fez surgir uma luz no DQS – Desenvolvimento do Quadro Social. Ela não só associou-se a um Rotary Clube, como fundou um novo Rotary, acrescentando mais uma estrela no Distrito 4420, bem como muitas estrelas em Rotary International.

Maria Magnólia diz: “Convido todas as pessoas de bem, incluindo os companheiros de todo o Brasil, a vir tomar um café da manhã conosco. Começamos agora, mas pensamos grande na prestação de serviços, na formação de uma base sólida de conhecimento sobre a nossa instituição, de união e amizade desinteressada, de um firme propósito de fazer a nossa parte na construção de um mundo mais feliz.”

Wayne Hearn, rotariano do Rotary eClub One, Distrito 5450, Denver, estado do Colorado, USA diz: “Temos que compreender e respeitar as culturas de todas os locais onde existem Rotary Clubs, e tomar o máximo cuidado para não forçar valores estranhos a outros povos,” A Co. Bergh, também doRotary eClub One, tem uma amiga num país em que as mulheres têm problemas em ser aceitas no Rotary. Ela me contou que isso ocorre agora, mas não acho que temos de abrir as cabeças dos outros a marteladas. O fato é que o sucesso acarreta outro sucesso, e este movimento prosseguirá à medida que mais e mais mulheres ingressem no Rotary, progridam em seus clubes, distritos e na liderança internacional. O próximo marco será a escolha de uma mulher para o Conselho Diretor do RI. “É somente uma questão de tempo, até que uma mulher ascenda a um posto de diretoria,”disse o EPRI Estess. E mesmo à presidência de Rotary International.”

É chegado o momento de darmos um novo e ousado passo, convidarmos mais e mais mulheres para os quadros de nossa Organização É um verdadeiro exército qualificado de voluntárias, animadas por um mesmo ideal.O ideal é um componente absolutamente essencial para valorizar todas as nossas ações.


Francisco Rolando Issa

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